Hoje é 5 de dezembro de 2023, aniversário de morte de Mozart.
Ele teria hoje 267 anos.
Porém, Mozart morreu com apenas 35 anos em 5 de dezembro de 1791. Por incrível que pareça, sua última obra foi justamente um “Réquiem”, músicas dedicadas ao contexto da morte. Foi tão simultâneo que ele nem sequer a terminou… morreu durante esse processo de composição.
A história sobre essa composição é um tanto estranha e misteriosa:
Encomendado por um misterioso mensageiro, o Conde Franz von Walsegg, que pretendia apresentar a obra como sua própria criação em homenagem à falecida esposa, o Requiem mergulha em uma aura de mistério e drama. Mozart, já enfraquecido por uma doença desconhecida, aceitou a comissão, alheio ao fato de que estava, inadvertidamente, escrevendo sua própria trilha sonora de despedida.
A causa exata da morte de Wolfgang Amadeus Mozart permanece incerta e objeto de especulação. As circunstâncias de sua morte são envoltas em mistério e têm gerado várias teorias ao longo dos anos. Alguns sugeriram envenenamento, enquanto outros apontaram para doenças infecciosas.
A explicação mais aceita atualmente é que Mozart morreu de complicações relacionadas a uma doença infecciosa, como febre reumática aguda. No entanto, devido à falta de registros detalhados e exames médicos da época, não é possível afirmar com certeza qual doença específica o levou à morte. A verdadeira natureza da doença que vitimou Mozart permanece um mistério histórico.
A questão é que gostamos de levantar é: será que Mozart sofreu alguma influência dessa imersão autoral em um contexto de “Réquiem”?
Será que ele pressentiu a morte e por isso aceitou embarcar neste contexto musical entrelaçando a experiêcia da vida à sua produção artística?
Ou será que foi apenas coincidência mesmo? O que você acha? Nos diga pelo comentário para sabermos se você acredita nesse tipo de influência da música!
Nós particularmente acreditamos que tanto a música reflete a manifestação de um contexto interior da vida individual, quanto que o próprio contexto de uma música é capaz de conduzir um contexto histórico, uma relação de mão dupla muito parecida com o processo de se alimentar. O que comemos modela a nossa forma física, e nossa forma física modela nossa relação com o mundo, que por sua vez modela a nossa alimentação. Todo o processo é retroativo de mão dupla. A música seria também uma espécie de “alimento”, não físico, mas intelectual, emocional, racional e espiritual.
De qualquer maneira, Mozart foi um profícuo e genial compositor que ainda vive em nossa história e cultura.
Hoje o homenageamos com a interpretação dessa fantástica música “Dies Irae” do Requiem de Mozart. Assista e nos diga se gostou: https://youtu.be/gcX8cX1nOKk
O “Dies Irae”, uma das seções mais famosas do Requiem, ecoa com a intensidade de um confronto com o destino. O coro, as vozes solistas e a orquestra se entrelaçam, criando uma atmosfera imponente e, por vezes, angustiante.
A letra é a seguinte:
Dies iræ! Dies illa
Solvet sæclum in favilla
Teste david cum sibylla!
Quantus tremor est futurus
Quando iudex est venturus
Cuncta stricte discussurus!
Tradução:
Dia de ira! Dia Terra em cinzas
Testemunhe David com Sibila
Quanto tremor está por vir
Quando o juiz está chegando
Tudo será estritamente discutido!
Soa como uma música de temor de um medo do juízo final, quando as ações serão julgadas.
A morte de Mozart antes de concluir o Requiem deixou lacunas na partitura, resultando em um trabalho finalizado por seu discípulo Franz Xaver Süssmayr. A ambiguidade sobre qual parte é verdadeiramente de Mozart e qual é a contribuição de Süssmayr apenas intensifica o mistério em torno dessa obra-prima.
O Requiem, em sua grandiosidade e profundidade emocional, transcende o tempo e a tragédia que cercou sua criação. Cada nota ressoa como um tributo à genialidade efêmera de Mozart e sua capacidade de expressar as complexidades da condição humana.
Ao celebrar o aniversário de morte de Mozart, não apenas lembramos um dos maiores gênios musicais da história, mas também nos permitimos ser envolvidos pela emoção atemporal de seu Requiem. Em cada acorde, podemos sentir a luta contra a finitude da vida e a tentativa de transcender a própria mortalidade através da música. Assim, a obra de Mozart continua a ecoar, fazendo-nos refletir sobre a efemeridade da existência e a beleza eterna da arte que deixa para trás.